Era noite de Natal no povoado.
Chovia muito lá fora e por isso minha mãe me deixou brincar dentro de casa, mas sem algazarra.
Eu até que aceitei sem reclamar, porque segundo meu pai, naquela noite receberíamos a presença de todas as pessoas do povoado para a ceia.
Eram tempos difíceis para todos, inclusive para a minha família. Mas segundo papai, se nos uníssemos numa grande confraternização, a festa seria maravilhosa, pois em vez de pequenas luzes brilhando, faríamos uma grande luz, que poderia iluminar o nosso planeta, tamanha a nossa alegria.
Tudo aquilo me emocionava, mas o que mais me deixava ansioso era saber que naquela noite receberíamos também a visita do tal Dr. Chevreux, um médico muito importante e conhecido no nosso povoado.
Às onze horas todos já estavam na nossa casa menos o tal médico: e o lugar dele na mesa era bem ao lado do meu. Às onze e meia,alguém bateu na porta e eu fui abrir.
Eu quase desmaiei, era o Papai Noel em pessoa.
Todos se sentaram e ele se sentou bem no lugar reservado do Dr. Chevreux.
Ele disse que sim e, para provar, falou o nome de uma por uma de suas 12 renas e inclusive o que cada menino do povoado ganhou de presente no natal passado.
E eu ali do lado do velhinho mais famoso do mundo, nem toquei na minha comida, só olhava para ele.
Depois da ceia, minha mãe serviu um licor e ele aceitou, imaginem vocês, Papai Noel tomava licor!
Depois do licor, ele enfiou a mão no bolso e retirou um cachimbo, imaginem vocês. Papai Noel fumava cachimbo!
Mas quando olhei aquele cachimbo, ele me pareceu muito familiar, era o cachimbo do Dr Chevreux!Então naquele momento eu descobri toda a verdade.
E trago comigo esta verdade até hoje: Papai Noel morava perto da minha casa,a tomava licor, fumava cachimbo e durante todos os outros dias do ano ele se disfarçava de Dr Chevreux.
Contada por Roberto Carlos Ramos
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