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sábado, 26 de junho de 2010

Stellaluna - Janell Cannon

Em uma floresta quente e úmida, muito, muito longe daqui, vivia uma mamãe morcego e sua neném que acabara de nascer.
Ah, como a Mamãe Morcego adorava sua nenenzinha pequena e macia!
- Vou dar a ela o nome de Stellalluna - murmurou.
Toda noite, Mamãe Morcego carregava Stellaluna abraçada contra o peito, quando saía voando à procura de comida.
Certa noite, quando Mamãe Morcego seguia o aroma forte de frutas frescas, uma coruja a viu. E em vôo silencioso o pássaro mergulhou em direção aos morcegos.
Desviando-se e gritando, a Mamãe Morcego tentou fugir, mas a coruja a atacou e tornou a atacar, e ela soltou Stellaluna no ar. As asinhas de neném da morceguinha continuaram imóveis e inuteis que nem papel molhado.
Ela foi caindo, caindo, cada vez mais rápido em direção a uma floresta lá em baixo.
O emaranhado escuro de folhas e galhos aparou Stellaluna na queda. Um raminho foi bastante fino para prender seus pezinhos.
Ela fechou as asas sobre o corpo e se agarrou no raminho, tremendo de frio e medo.
- Mamãe - Stellaluna soltou um guincho agudo. - Cadê você?
Quando o dia raiou, a morceguinha não agüentava mais. E recomeçou a cair sem parar.
Plom! Stellaluna bateu de cabeça em um ninho fofo e macio, assustando os três filhotes de passarinho que morava ali.
Stellaluna se arrastou depressa para fora de vista. Prestou atenção na algazarra dos três passarinhos.
- Que foi isso? - Exclamou Flape.
- Não sei, mas está pendurado pelos pés - Piou Flipe.
- Pss! Aí vem Mamãe - Sibilou Flope.
Muitas e muitas vezes naquele dia mamãe Passarinho saiu com comida para seus filhotes.
Stellaluna sentiu uma fome louca - mas não por aquelas coisas esquisitas que Mamãe Passarinho trazia.
Mas, finalmente, a morceguinha não conseguiu mais agüentar. Subiu para o ninho, fechou os olhos e abriu a boca.
Plum! Lá se foi para dentro um enorme gafanhoto verde!
Stellaluna aprendeu a agir como passarinho. Ficava acordada durante o dia e dormia à noite. Comia insetos, embora tivessem um gosto horrível. Foi perdendo depressa o seu jeito de morcego. Com uma exceção: Stellaluna ainda gostava de dormir pendurada pelos pés.
Uma vez, quando Mamãe estava fora, os passarinhos curiosos resolveram experimentar também. Quando Mamãe passarinho voltou para casa viu oito pezinhos agarrados na borda do ninho.
- Iiiih! - exclamou. - Subam já aqui! Vocês vão cair e quebrar o pescoço!
Os passarinhos treparam de novo no ninho, mas Mamãe Passarinho segurou Stellaluna.
- Você está ensinando coisas feias para os meus filhotes. Só vou deixar você voltar para o ninho se prometer que vai obedecer todas as regras desta casa.
Sellaluna prometeu. E comeu insetos sem fazer careta. Dormiu dentro do ninho à noite . E não se pendurou mais pelos pés. Stellaluna passou a se comportar como um bom passarinho.
Os quatro filhotes cresceram depressa. e logo o ninho ficou apertado.
Mamãe anunciou que estava na hora de aprender a voar. Um a um, Flope, Flipe, Flape e Stellaluna saltaram do ninho.
Suas asas se abriram e voaram!
Eu sou igualzinha a eles, pensou stellaluna. Posso voar, também.
Flope, Flipe, Flape pousaram graciosamente sobre um galho.
Stellaluna tentou fazer o mesmo.
Que vergonha!
Vou voar o dia inteiro, Stellaluna disse a si mesma. Então ninguém vai ver como sou desajeitada.
No dia seguinte, Flope, Flipe, Flape e Stellaluna saíram voando para bem longe de casa. Voaram horas, exercitando as asas novas.
- O sol está se pondo - alertou Flipe.
- É melhor voltarmos para casa ou vamos nos perder no escuro - falou Flape.
Mas Stellaluna se adiantara muito e ninguém conseguiu mais vê-la. Os três passarinhos ansiosos voltaram para casa sem ela.
Sozinha, Stellaluna voou, e voou, até as asas doerem e ela cair sobre a copa de uma árvore.
- Eu prometi não me pendurar pelos pés - Stellaluna suspirou. Então se pendurou pelos polegares e logo adormeceu.
Ela não ouviu o som abafado de asas que se aproximavam.
- Ei! - uma voz alta chamou. - Por que você está pendurada de cabeça para baixo?
Os olhos de Stellaluna se arregalaram. Ela viu uma cara estraníssima.
- Eu não estou de cabeça para baixo, você é que está! - Stellaluna retrucou.
- Ah, mas você é um morcego. Os morcegos se penduram pelos pés. Você está pendurada pelos polegares, portanto você está de cabeça para baixo! - disse o bicho. - Eu sou um morcego. Estou pendurado pelos pés. Portanto estou com a cabeça para o lado certo.
Stellaluna ficou confusa.
- Mamãe Passarinho me disse que eu estava de cabeça para baixo. Ela disse que eu estava errada...
- Errada para um passarinho, talvez, mas não para um morcego.
Mais morcegos se juntaram em volta para ver o morceguinho esquisito que se comportava como um passarinho. Stellaluna contou a eles sua história.
- Você comia in-insetos? - gaguejou um.
- Você dormia à noite? - disse o outro, pasmo.
- Que coisa esquisita! - murmuraram.
- Esperem! Esperem! Me deixem dar uma olhada nesse filhote. - Um morcego abriu caminho pelo ajuntamento. - Uma coruja atacou você? - perguntou. E cheirando o pêlo de Stellaluna, falou baixinho: - Você é Stellaluna. Você é a minha neném.
- Você escapou da coruja? - exclamou Stellaluna. - Você se salvou?
- Me salvei - confirmou Mamãe Morcego enquanto envolvia Stellaluna em suas asas. - Venha comigo e vou-lhe mostrar onde existem frutas deliciosas. Você nunca mais vai ter que comer inseto na vida.
Mas já é noite - Stellaluna guinchou. - Não podemos voar à noite porque vamos bater nas árvores.
- Nós somos morcegos - falou Mamãe Morcego. - Podemos ver no escuro. Venha conosco.
Stellaluna teve medo, mas soltou-se da árvore e se deixou cair no ar azul-escuro.
Stellaluna enxergava mesmo. Tinha a sensação que raios de luz jorravam de seus olhos. Conseguia enxergar tudo que havia no caminho.
Logo os morcegos encontraram uma mangueira, e Stellaluna comeu toda a manga que coube em sua barriguinha.
- Nunca mais vou comer inseto enquanto eu viver - alegrou-se Stellaluna enquanto se empanturrava. - Preciso contar a Flope, Flipe, Flape!
No dia seguinte Stellaluna foi visitar os passarinhos.
- Venham comigo conhecer minha família morcego - convidou Stellaluna.
- Oba, vamos pessoal - concordou Flope.
- Eles se penduram pelos pés, voam a noite e comem a melhor comida do mundo - Stellaluna foi explicando aos passarinhos pelo caminho.
Quando os passarinhos voaram entre os morcegos, flape comentou:
- Eu me sinto de cabeça para baixo aqui.
Então os passarinhos se penduraram pelos pés.
- Esperem até escurecer - Stellaluna falou animada.- Vamos voar à noite.
Quando chegou à noite Stellaluna saiu voando. Flope, Flipe, Flape saltaram da árvore para acompanhá-la.
- Não consigo ver nadinha! - gritou Flope.
- Nem eu - gemeu Flipe.
- Aaiii! - guinchou Flape.
- Eles vão bater - arfou Stellaluna. - Preciso Salva-los!
Stellaluna deu um mergulho e agarrou os amigos no ar.
levou-os até uma árvore e os passarinhos se encarapitaram em um galho. Stellaluna se pendurou em outro acima daquele.
- Estamos seguros - falou stellaluna. Depois deu um suspiro. - Como seria bom se vocês pudessem enxergar no escuro também.
- Como seria bom se você pudesse pousar com os pés em um galho - respondeu Flipe. Flope e Flape concordaram coma cabeça.
Ficaram encarapitados em silêncio durante muito tempo.
- Como podemos ser tão diferentes e nos sentirmos tão iguais? - Perguntou Flipe, pensativo.
-E como podemos nos sentir tão diferentes e sermos tão iguais? - espantou-se flope.
-Acho que isto é um grande mistério - piou Flape.
- concordo - respondeu Stellaluna . - Mas somos amigos.
E isto é um fato.

Vale a pena conferir no livro
Fonte: (Texto) Cannon, Jamell. Stellaluna. Rio de Janeiro : Rocco, 1997.




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(Fonte: catequistasheila)